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Resumo de Tese

Fetos, máquinas e subjetividade.

Lilian Krakowski Chazan

Dissertação de Mestrado

Instituto de Medicina Social/UERJ, 2000

Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica da produção norte-americana e européia dos anos 90, acerca da construção social do feto como Pessoa, mediada pela tecnologia de imagem na medicina. O significado e os desdobramentos desta construção implicam em reformulações na sensibilidade em relação ao feto, assim como em rearranjos na noção de Pessoa.

A construção social do feto como Pessoa é contextualizada e discutida a partir da emergência do sentimento de infância e da produção do amor materno como um valor moral e social, no século XVIII. A partir dessa época, a criança, em seguida o bebê e - no século XX – o feto, gradualmente tornaram-se objetos de atenção médica e social. Essa atenção carreou consigo diversas conseqüências. O ultra-som, usado atualmente como exame de rotina na gravidez, trouxe uma antecipação – e, portanto, uma ampliação – do controle e disciplinarização dos corpos, ao mesmo tempo em que reiterava uma nova subjetividade. Este reforço se dá em dois planos: o primeiro, da mãe em relação ao seu feto – agora tornado visível, sob uma forma na tela, quando os movimentos fetais ainda são imperceptíveis para os sentidos da mãe. Em outro plano, o feto é socialmente construído como um novo ‘indivíduo’, visualizável e com ‘comportamentos’ observáveis e individualizados.

Deste modo, novas tecnologias vêm contribuindo, tanto para a criação, quanto para a afirmação de novas subjetividades e, em última instância, para a construção social do feto como Pessoa.