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Resumo de Tese

O eu dividido moderno: uma análise antropológica da categoria esquizofrenia

Ana Teresa Acatauassú Venancio

Tese de Doutorado

PPGAS/Museu Nacional/UFRJ, 1998

Esta tese é um estudo sobre a importância do tema do eu dividido para a constituição de representações sociais da Pessoa na cultura ocidental moderna. Para tanto analisamos a própria construção do que tem sido chamado como cultura ocidental moderna, perseguindo os desenvolvimentos que a caracterizam enquanto tal. Observamos assim que ela está fortemente vinculada a suas raízes cristãs e à noção de Pessoa que aí se armava por intermédio da articulação entre a tríade verdade /vontade /interioridade. Pela via comparativa, portanto, passamos a considerar o tema do eu dividido como parte integrante do imaginário ocidental sobre as “perturbações físico-morais”, nos detendo na especificidade de sua elaboração moderna dada pela reordenação dos sentidos concedidos a vontade /verdade /interioridade. Como caso paradigmático desse processo procuramos investigar o surgimento do conhecimento psiquiátrico, enquanto um dos saberes científicos modernos sobre as “perturbações físico morais” constituído na aurora do século XIX. Observamos assim o imbricamento da formulação original de eu objeto coma idéia moderna do eu dividido. Procedemos então à análise de como, no início do éculo XX, o conhecimento atualizou a idéia moderna do eu dividido por intermédio da criação da categoria esquizofrenia e de como, nos dias de hoje, essa categoria permanece nas atuais classificações psiquiátricas, reafirmando a importância do tema do eu dividido para a representação social da Pessoa moderna.